quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Co-produções entre Brasil e Canadá movimentaram US$ 50 milhões

Projetos em co-produção do Brasil com o Canadá movimentaram, entre 2004 e 2007, US$ 50 milhões (documentários, animação e longas de ficção). Desde 1995, o Brasil tem um acordo bilateral de co-produção audiovisual com o governo canadense. “Os contatos para co-produção podem ser feitos via produtoras ou diretamente no nosso escritório”, afirma a diretora de Desenvolvimento de Negócios e Distribuição do NFB (National Film Board of Canada), Joanne Leduc. A NFB é a única produtora e distribuidora pública do país.

Mais detalhes no site da Revista de Cinema On-Line (clique aqui).

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Sai Gael, entra Bardem

Até o ano passado, Gael Garcia Bernal era o menino de ouro. Ator de bons papíes, bonitão (com seus 1,68 m de altura), bom moço. Sem contar o casal simpático que ele formava com Natalie Portman, outro rostinho bonito (e cabeça) de Hollwood.

O prêmio de melhor ator coadjuvante jogou fortes luzes sobre outro menino de ouro. Aos 39 anos, Javier Bardem tornou-se um rosto conhecido mundialmente. Dos tempos de cabrón latino de "Jamón, Jamón" (1992), de Bigas Luna, ao psicopata Chigurh de Onde os Fracos Não Têm Vez (2007), dos irmãos Cohen.

Um dos personagens de maior dramaticidade foi Ramón San Pedro, o tetraplégico que lutou pelo direito de cometer a eutanásia, de Mar Adentro. O filme, centrado na figura de San Pedro, exigiu muitas feições de Bardem. Há também o David de "Carne Trêmula" -- no filme, Bardem, que interpreta um paraplégico, protagoniza uma cena de sexo oral na banheira com Francesca Neri.

Duas dicas sobre o ator:

- minha colega de redação Belisa Figueiró postou em seu blog Cinema em Produção um link com uma galeria de fotos com Javier. É de cair o queixo!

- na semana anterior ao Oscar, o Los Angeles Times publicou uma entrevista com a mãe de Bardem, Pilar Bardem, também atriz e ativista na espanha. Uma das frases da matrona: "A profissão de atriz nos dá total espaço e liberdade".

Em tempo: assim como Gael, Bardem e Penélope Cruz formam um casal cheio de sex appeal, não?

Melhor canção do Oscar quase fica de fora

Falling Slowly, música do filme irlandês Once, que ganhou a estatueta de melhor canção original, quase foi considerada inelegível pela Academia. Isso porque ela já havia sido interpretada por Glen Hansard (compositor) e Marketa Iglova (protagonistas de Once) em “Kráska v nesnázich”, do diretor checo Jan Hrebejck.

A Academia estabelece que para uma canção concorrer ela tem de ter “letra e música originais e escritas especificamente para o filme”. Mesmo tendo sido interpretada em outro filme e ser faixa do CD The Sweel Season (de Hansard e Iglova), o comitê responsável pelas nomeações da categoria considerou que compositor e diretor trabalham juntos desde 2002.

Ao blog The Carpetbagger, do reporter do The New York Times David Carr, o presidente do comitê, Charles Bernstein, declarou: “A gestação do filme foi adiada, mas o diretor John Carney e o compositor Glen Hansard tem trabalhando juntos desde 2002 quando o projeto que viria a se tornar Once foi discutido”. O presidente do comitê afirma que durante o atraso do filme (por questões de orçamento), “Hansard e sua colaboradora Marketa Irglova interpretaram a canção em alguns eventos cuja repercussão foi considerada insuficiente para alterar a elegibilidade da música”.

Sorrisos amarelos

Os músicos protagonizaram uma cena raríssima na cerimônia do Oscar. Mesmo com protocolos rígidos, o apresentador oficial da festa, Jon Stewart, chamou Iglova ao palco para que ela completasse seu discurso. No momento da entrega da estatueta, Hansard agradeceu e disse que não esperava a vitória, mas quando sua parceira estava prestes a dizer algumas palavras, o microfone foi cortado e a música se sobrepôs à sua voz. Ela saiu de cena embaraçada, mas se recompôs com o convite de Stewart para retornar ao palco.

Em tempo: Conheço uma pessoa que viu Once, o filme no qual Falling Slowly é executada. Ela teve o seguinte questionamento: “como um filme tão barato pode ser tão bom?”.

Pussy Ranch

Quando estava na universidade de Iowa, Brook Busey-Hunt fazia uns agitos como DJ da rádio KRUI 89.7 FM. O trabalho posterior, secretária de um escritório de advocacia em Chicago, deixou a garota enjoada. Ela resolveu criar um blog que parodiasse a vida de secretária.

Mesmo com o blog, a vida carola de Chicago encheu a paciência de Busey-Hunt, que resolveu trocar o Lago Michigan pela vastidão do Rio Mississipi. As más línguas dizem que o motivo da mudança foi a paixão por Jon Hunt, com quem ela morou junto até dezembro do ano passado.

Em Minneapolis, Busey-Hunt resolveu dar uma esquentada na vidinha mais ou menos. Tornou-se stripper do Skyway Lounge, em Minneapolis. No restante do dia, trabalhava em uma loja de DVDs “adultos”. A desilusão com a vida de stripper fez com que ela mudasse de carreira: passou a trabalhar no tele-sexo.

Enquanto isso escrevia. O jornal alternativo City Page e a revista Jane gostavam de seus textos. Os amigos incentivaram e Busey-Hunt deu um passo além e escreveu um livro de memória dos tempos de stripper: Candy Girl: A Year in The Life of na Unlikely Stripper. O livro estourou – na loja eletrônica Amazon.com, não há sequer um exemplar disponível.

Cinco anos depois, Busey-Hunt botou um vestido de oncinha recheado de jóias no decote, aprumou o chanel e trouxe um singelo suvenir entregue pelas mãos de Harrison Ford: a estatueta do Oscar.

Brook Busey-Hunt é o nome de batismo de Diablo Cody, premiada por melhor roteiro original este ano. Ela escreveu “Juno”, uma comédia sobre uma adolescente que engravida. O filme caiu nas graças do público. Só no primeiro fim de semana aqui no Brasil, o Juno teve 232.419 mil espectadores - incluindo o período de pré-estréia.

Hoje Diablo é colunista da Enternteinment Weekly e reveza o espaço da coluna com Stephen King. Ela escreve também a citicom The United States of Tara, baseada em argumento de Steven Spielberg e produzida pela Dreamworks. Para a Universal, ela vendeu um roteiro intitulado Girly Style; para a Fox, “Jennifer’s Body”.

Ainda arranja um tempinho para manter o seu atual blog, intitulado Pussy Ranch – algo como "Rancho das Vaginas", numa tradução polida. Os posts ela escreve de Los Angeles. Afinal, LA é muito mais hype que Minneapolis, não?

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Michael Jackson na Maré

“Maré, Nossa História de Amor”, novo filme de Lúcia Murat, é um musical inspirado em Romeu e Julieta, mas que se passa na favela. Assim como no texto de Shakespeare, o casal não pode ficar junto.

No filme de Murat, Jonathan (Vinicius D’Black), o Romeu, é irmão do chefe de uma das facções que dominam o morro. Analídia (Cristina Lago), a Julieta, é protegida do dono de outra parte do morro. Os dois pertencem à mesma companhia de dança, montada por uma professora da zona sul (Marisa Orth). Por serem de lados rivais, não podem concretizar seu amor – os traços shakesperianos permanecem no final trágico, mas com uma leitura totalmente carioca.

Numa das cenas compostas com coreografias e músicas, os dois grupos rivais se encontram em um baile funk. O pau come, certo?

Não. A disputa se dá na dança. Eles entram na roda e disputam com golpes coreográficos. Até o dono de uma das bocas solta um sorrisinho discreto.

Em 1983, Michael Jackson fez uma cena de inspiração parecida. O clipe de Beat It (aquele que imortalizou a jaquetinha vermelha apertadinha), é a história de duas gangues rivais que se encontram num grand finale (quem se lembra do duelo com uma das mãos amarradas e com o canivete na outra mão?).

O desfecho é a intervenção de Michael Jackson com aquele ar “it doesn’t matter who’s wrong, who’s right”, tirando os dois da briga e chamando pra pista de dança. Todos o seguem imitando os mesmos passos (na seguinte coreografia: mãos chacoalhando à frente, mãos pra cima, duas puxadas para o lado, dois círculos de 180 graus, três mexidinhas de ombro, movimento de mãos como uma garça e mãos novamente chacoalhando à frente do corpo).

Abaixo, "Beat It", no qual Jackson protagoniza a briga entre as gangues.

Em tempo: “Maré, Nossa História de Amor” tem previsão de estréia para 4 de abril.




Apresentação

Notícias sobre cinema, da maneira mais abrangente possível. Abordando as entranhas da produção sempre que possível; selecionando trechos de filmes e ligando com outras linguagens (música, literatura, artes plásticas); trazer comentários sobre a produção cinematográfica de outros países; abordando umas curiosidades para relaxar.

Esta linha condutora que o Urso de Lata pretende seguir. Como o blog está só começando, não dá pra dizer que ele já merece um Urso de Ouro como o “Tropa de Elite”. Mas, ao menos, um Urso de Lata, não é?

E vamos seguir o bonde!