No filme de Murat, Jonathan (Vinicius D’Black), o Romeu, é irmão do chefe de uma das facções que dominam o morro. Analídia (Cristina Lago), a Julieta, é protegida do dono de outra parte do morro. Os dois pertencem à mesma companhia de dança, montada por uma professora da zona sul (Marisa Orth). Por serem de lados rivais, não podem concretizar seu amor – os traços shakesperianos permanecem no final trágico, mas com uma leitura totalmente carioca.
Numa das cenas compostas com coreografias e músicas, os dois grupos rivais se encontram em um baile funk. O pau come, certo?
Não. A disputa se dá na dança. Eles entram na roda e disputam com golpes coreográficos. Até o dono de uma das bocas solta um sorrisinho discreto.
Em 1983, Michael Jackson fez uma cena de inspiração parecida. O clipe de Beat It (aquele que imortalizou a jaquetinha vermelha apertadinha), é a história de duas gangues rivais que se encontram num grand finale (quem se lembra do duelo com uma das mãos amarradas e com o canivete na outra mão?).
O desfecho é a intervenção de Michael Jackson com aquele ar “it doesn’t matter who’s wrong, who’s right”, tirando os dois da briga e chamando pra pista de dança. Todos o seguem imitando os mesmos passos (na seguinte coreografia: mãos chacoalhando à frente, mãos pra cima, duas puxadas para o lado, dois círculos de 180 graus, três mexidinhas de ombro, movimento de mãos como uma garça e mãos novamente chacoalhando à frente do corpo).
Abaixo, "Beat It", no qual Jackson protagoniza a briga entre as gangues.
Em tempo: “Maré, Nossa História de Amor” tem previsão de estréia para 4 de abril.
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