quinta-feira, 18 de abril de 2013
Morre Aloysio Raulino
Descubro agora, no Facebook, que o Aloysio Raulino morreu. Perfis de amigos dizem que foi enfarto fulminante. O velório acontece neste quinta-feira (18), a partir das 19h30, no Cemitério do Araçá, e o enterro será amanhã.
Pode parecer frase de boçal, um chavão do tipo “time que quer ganhar não pode escolher adversário”, mas estamos perdendo gente boa que tinha lenha para queimar. Carlão em 14 de junho do ano passado, agora Raulino, aos 66 anos.
Raulino era fotógrafo de cinema. Seu último grande trabalho foi Os Residentes, de Tiago Mata Machado, baita filme que rachou a crítica. Mas dá para lembrar também de outro longa, que o tempo já permite posicioná-lo no topo do que o cinema brasileiro fez nos últimos vinte anos: Serras da Desordem, de Andrea Tonacci -- eleito o melhor filme no dossiê da Revista Interlúdio [clique aqui e leia]
Recentemente houve também Corpo Presente, de Marcelo Toledo e Paolo Gregori, O Aborto dos Outros, de Carla Gallo. O Prisioneiro da Grade de Ferro, de Paulo Sacramento. Voltando mais um pouco, São Paulo – Sinfonia e Cacofonia, de Jean-Claude Bernadet, A Luz das Palavras, O Homem que Virou Suco, de João Batista de Andrade.
Vez ou outra, um pedaço desconhecido da carreira de Raulino é resgatado: Noites Paraguayas (1982), seu solitário longa-metragem na direção, e os curtas nos anos 1970, especialmente os do final da década – O Tigre e a Gazela (1976) e Poto de Santos (1978).
Silêncio em respeito à sua partida.
Aos que não conhecem o trabalho de Raulino duas recomendações de leitura. Primeiro, texto de Cid Nader sobre Noites Paraguayas, publicado na extinta Revista Zingu [clique aqui e leia] e o de Luís Alberto Rocha Melo, na revista Filme Cultura nº58 (edição dedicada ao som no cinema), analisando os sons de Lacrimosa, O Tigre e a gazela e Porto de Santos. [clique aqui e leia].
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