quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Nas palavras de Antonio Moniz Vianna

Antonio Moniz Vianna foi um crítico de cinema que influenciou uma penca de outros críticos. Provavelmente a minha geração, formada pelo pessoal que nasceu nos anos 80 e está dando os primeiros passos, é influenciada por quem orbitou, ou se distanciou, dos textos de Moniz Vianna. Porém, difícil era ficar indiferente, já que nos autos cinematográficos, a opinião reinante é a de que “ninguém escreve sobre cinema como ele”.

O baiano que passou quase a vida toda no Rio publicou a primeira crítica em 1946. Quando John Ford morreu, em 1973, decretou que, para ele, o cinema tinha acabado. Por causa de um artigo de André Setaro, conterrâneo de Moniz Vianna, no ótimo livro “Escritos Sobre Cinema – Volume 3” (este merece um comentário posterior à parte), cheguei mais perto das ideias do carioca soteropolitano.

Eis que esbarro numa longa entrevista publicada, em 2006, no site “Críticos.com.br”. Fato notório era que Moniz Vianna não gostava de dar entrevistas, mas Evaldo Mocarzel, com a ajuda da filha e do neto do crítico, furou a barreira para conversar com um senhor de 81 anos já muito desiludido com o cinema.

Vale muito a pena conferir o que ele diz, mesmo que seja para ficar com vontade de atirar-lhe pedras. Moniz Vianna acha o Cinema Novo uma “palhaçada”, que “'Os Incompreendidos' é um filme plano, sem nada”, que gosta de “muito pouca coisa” do cinema brasileiro, “nenhum filme mudou a história do cinema”, que “não existe cinema sem história”.

Claro, opiniões de um senhor afeiçoado pelo grande cinema americano e muito resistente ao que vem depois das transformações dos anos 60, assim como as opiniões de quem veio depois geralmente olham com mais carinho para o caminho que o cinema tomou depois do fim da Era dos Estúdios.

OK, chega de falar. O link para a gostosa conversa com Antonio Moniz Vianna está aqui!

Em tempo: Antonio Moniz Vianna morreu em 2009, aos 84 anos.

Em tempo 2: Neste link, há a íntegra da crítica que ele escreveu, em 1957, para “O Homem Errado”, de Hitchcock.

Em tempo 3: Uma coletânea de 91 críticas de Moniz Vianna foi lançada sob o título “Um Filme Por Dia”. Saiba mais aqui.

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