Jean-Claude Van Damme, o vilão de Os Mercenários 2 |
- I'll be back.
- You've been back too many times!
Os Mercenários 2 é um playground cinéfilo, um parque de diversões lúdico no qual os iniciados exercitam o gozo de desfrutar do diálogo tácito com filme e com o desconhecido na poltrona ao lado, um desconhecido familiar, já que ele compartilha – imagina-se – do mesmo passado de cinefilia.
Tanto o primeiro quanto esta sequência ganharam vocativos – muitos demeritórios – como “filme de menino”, “filme-testosterona”, “filme nostálgico”, “filme de ação violento”. Prefiro apenas chamá-lo de filme, sem mais, mesmo que haja um pouco de verdade em cada uma desses rótulos. Nunca é demais lembrar, porém, que quem se prende ao rótulo usa subterfúgios para um contato com o filme.
Existe todo o subtexto de referências ao passado cinematográfico dos atores de Os Mercenários 2, o qual obviamente remete aos anos 70 (no caso de Stallone) e 80 (Schwarzenegger, Van Damme, Dolph Lundgren). Ter esse passado comum como espectador é uma parte da chave para acessar especialmente o humor do filme.
Mas acho pouco focar a leitura do filme aí. A entrada de Chuck Norris nesta sequência oferece um outro componente para leitura. Enquanto os outros sexagenários lutam para dar conta do mesmo tipo de personagens que lhes era reservado no auge, Norris performa uma imagem fantasiosa que se formou em torno dele. O Norris do filme não é real, mas mito, lenda. E o que ele interpreta em Os Mercenários 2 não é sequer um personagem, mas uma imagem que se tem em torno dele. Uma imagem obviamente construída pela cultura pop. Uma miragem, uma assumida mentira.
Continue lendo a crítica de Os Mercenários 2 na Revista Interlúdio.
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