quarta-feira, 26 de março de 2008

Ennio, Dylan e as facadas do ingresso

A redação da Revista de CINEMA está indignada. Bob-quase-rouco vem para o Brasil e cobra R$ 900 do público. Os ingressos mais baratos, que custaram por volta de R$ 150, davam direito a uma confortável cadeira atrás de uma pilastra.

A moda continua. Ennio Morricone, um dos maiores compositores de trilhas sonoras do cinema, resolveu seguir a política de enfiar a faca. O concerto de terça-feira (25) em São Paulo, no qual foram executadas peças dos filmes Os Intocáveis, Era Uma Vez na América e Sacco e Vanzetti, saiu pela bagatela de R$ 700 – o ingresso mais barato. O melhor lugar custou R$ 1.500

O maestro, que foi homenageado em 2007 com um Oscar honorário, teve o concerto destruído pela imprensa paulistana. A Folha, com o crítico de música clássica Irineu Perpetuo, chamou-o de “kitsch”. O Estadão, na voz de Antonio Gonçalves Filho, disse que Morricone estava mais “atento às notas bancárias” às musicais. Luiz Carlos Merten, crítico de cinema do mesmo veículo, chamou o espetáculo de “decepcionante, para dizer o mínimo”, especialmente se comparado com a apresentação no Rio de Janeiro ano passado.

Em tempo: falando em trilhas, Johnny Greenwood, guitarrista do Radiohead, deu um show na trilha de Sangue Negro. O conjunto de cello, violino e piano fez tudo, só faltou mover montanhas. Com músicas instrumentais profundas e soturnas, faz o ouvinte mergulhar num universo de sensações.

Em tempo II: Com uma linha completamente diferente, Juno reúne folks "fofinhos". Todas as músicas são marcadas pelo violão, com letras também "fofinhas" e cantadas de maneira sublimamente "fofinhas". Algo como: "Se eu fosse uma flor/livre e solta no ar/tudo que eu gostaria/é que você fosse minha doce abelha". Que meigo!

Crédito da foto: Ciete Silverio

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