A Cidade, ganhador do Prêmio da Crítica/Abraccine no É Tudo Verdade |
A Cidade é um achado. Simples assim. Um curta que, ao ter em mãos um assunto para lá de intrigante, consegue estar à altura dele, ressignificá-lo pelos mecanismos do cinema. Escrever sobre A Cidade já é minar um pouco de seu poder de surpreender, pois parte de sua força vem justamente da revelação das origens da tal cidade.
O filme de Liliana Sulzbach é dividido entre um antes e um depois. Na primeira parte, imagens de um lugar paradisíaco, de beleza natural de encher os olhos. Neste lugar, que estranhamente é povoado por casas de arquitetura antiga, vivem velhos. Apenas velhos. Acompanhamos a rotina: duas senhoras tomam café e falam sobre uma terceira, que não voltará por causa de um problema na mão. Alguns jogam bocha. Outro busca o pão. Um alimenta os animais. E por aí vai: uma rotina de aparente normalidade num lugar com idosos.
Mas quem está atento passa a perceber leves rachaduras na organização daquele mundo. Um diálogo atravessado, um enquadramento priorizando partes específicas dos corpos, um incômodo pela sensação de que não há agentes externos interagindo com aquele mundo. Então, numa cena com diálogos reveladores, o filme tem seu divisor de águas, cresce e diz a que veio.
Continue lendo a crítica de A Cidade na Revista Interlúdio.
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