quarta-feira, 8 de agosto de 2012

O faroeste de Serra Pelada, por Heitor Dhalia

O garimpo de Serra Pelada em foto de 1983

Dhalia, meu xará de prenome, começa a rodar em outubro seu épico Serra Pelada, o projeto que há quatro anos o motiva -- apesar de, no meio do caminho, ter feito À Deriva e o hollywoodiano 12 Horas.

Para a Revista de CINEMA entrevistei Heitor Dhalia sobre Serra Pelada -- quando o filme tinha previsão de início das filmagens para o começo de julho e seria rodado no Pará. Os planos mudaram. O resultado da conversa está no texto abaixo, publicado na edição de julho da revista, que ainda está nas bancas. Abaixo, um trecho da conversa (que pode ser acessada integralmente neste link):

Heitor Dhalia, diretor de O Cheiro do Ralo e À Deriva

Heitor Dhalia em busca do ouro de Serra Pelada


Por Heitor Augusto

Se estivéssemos falando de política, diríamos que foi um choque de gestão. Mas como o assunto é cinema, “aprendizado” seria a definição mais apropriada para a experiência recente que Heitor Dhalia teve dirigindo um filme em Hollywood, “12 Horas”, lançado em abril deste ano. Sua experiência americana foi uma passagem com requintes da Metamorfose de Kafka. Obviamente Dhalia não dormiu e acordou transformado numa barata. Mas sentiu quão bizarro é estar no set, sentar-se na cadeira de diretor, mas ter pouco controle efetivo sobre o entorno. Falar com a atriz principal Amanda Seyfried? Só com a intermediação (e presença) do produtor. Tudo imensamente diferente do fazer cinema aqui no Brasil. Mas como diretor de cinema vive de ciclos, esse, o de sentir o gosto de fazer um filme numa indústria de fato, está encerrado. Um novo capítulo se abre: o de contar uma história brasileira que fale diretamente ao público local.

Quando fala de “Serra Pelada”, seu próximo projeto que começaria a rodar em 9 de julho, os olhos de Dhalia brilham de satisfação. O mesmo gesto que esboçou a três anos, quando o diretor recebeu este repórter para falar sobre “À Deriva”, selecionado para a mostra Um Certo Olhar do Festival de Cannes, em 2009, mas já tinha pronto o segundo tratamento do roteiro de “Serra Pelada”. Continuou assim, apaixonado, ao conversar com a reportagem da Revista de CINEMA durante o processo de pré-produção em Belém, no Pará. Após esta entrevista, a produção decidiu por razões de custos, não mais filmar no Pará, e o começo das filmagens ficaram para outubro, e provavelmente no interior de São Paulo.

“Ele terá todos os ingredientes para as pessoas gostarem”, acredita. Esses ingredientes, na visão de Dhalia, são a força do enredo, a natureza genuinamente brasileira da história e dos personagens, além de ter como eixo um componente que gera fascínio há séculos na humanidade: o ouro. “É um filme de pegada, masculino. Não é dócil. Mas ao mesmo tempo é muito popular por ter uma história de magnetismo. O protagonista de garimpos como Serra Pelada é o povo, o Brasil inteiro, do peão ao médico, do analfabeto ao universitário”.


Continue lendo a entrevista com Heitor Dhalia sobre o filme Serra Pelada no site da Revista de CINEMA.


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