domingo, 21 de outubro de 2012

MostraSP: Cine Holliúdy, de Halder Gomes



Cine Holliúdy (2012), de Halder Gomes


Alguns tentam ser cinema popular (leia-se Família Vende Tudo). Outros genuinamente o são. Este é o caso de Cine Holliúdy, um desavergonhado e cômico escancaramento da precariedade em se fazer cinema no Brasil.

É fácil enxergar a tradição da chanchada na qual o filme, voluntariamente ou não, se insere – esse jeito de fazer comédia que parece imortal, vide o que até a novela Guerra dos Sexos tem tentando executar. Além do quê cômico, Cine Holliúdy fala também do próprio cinema. É este seu aspecto mais interessante.

Num momento de ultrarrealismo cultivado por ágeis avanços tecnológicos, sempre há o choque, para um espectador desavisado, com a precariedade. Já foi assim com Na Carne e na Alma, derradeira obra de Alberto Salvá, repleta de coragem e carente de dinheiro. Invariavelmente será assim durante a trajetória de Cine Holliúdy por festivais e, posteriormente, circuito comercial.

Mas por trás da falta de recursos e da engenharia em se fazer um filme de época, ambientado nos anos 1970 no sertão cearense, existe um potência, um discurso e momentos eficazes. Halder Gomes, que recentemente produziu longas bem ruins como As Mães de Chico Xavier e Bezerra de Menezes, mostra um domínio do tempo e do texto cômico. O dialeto “cearencês” e suas expressões bastante atípicas para quem não vem do Ceará é um convite ao riso.

Continue lendo a crítica de Cine Holliúdy na Revista Interlúdio.

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