
Um trecho do texto publicado à época: Exibido no domingo (18/7) aqui em Paulínia, o documentário evidencia as opções da diretora. Primeiro: profundo respeito pelas histórias dessas mulheres; segundo: um debate em torno da representação cinematográfica da ausência; terceiro: receio de que suas intervenções desrespeitassem a forte dor da perda.
Preocupações fundamentais para quem decide fazer um filme sobre esse tipo de emoção. A decepção com As Cartas Psicografadas por Chico Xavier está em como essas mesmas preocupações transformaram a forma do filme numa prisão.
Daí pra frente, enumero alguns porquês, na minha visão, de o filme tornar-se enfadonho. Por conhecer a coerência do trabalho de Cristiana Grumbach, provavelmente fui com muita sede ao pote e não me satisfiz com o filme dela – que depois foi remontado para estrear em circuito.
É tudo questão de olhar provocado pela expectativa. Esperava muito de As Cartas Psicografadas por Chico Xavier e saí insatisfeito. Então, há dois dias assisti à ficção As Mães de Chico Xavier. O filme de Cristiana praticamente se tornou uma obra-prima aqui na minha cabeça.
A despeito das minhas críticas às opções formais, seu documentári

Do outro lado da trincheira está As Mães de Chico Xavier, filme com propósitos distintos, os quais destrincho na crítica para o Cineclick. Enquanto o primeiro é de interesse humano, o segundo é estritamente religioso, escolha que resulta numa produção que trabalha pelo convencimento, mesmo que discreto. Recorrendo a uma metáfora barata, em vez de empurrar para o precipício, As Mães de Chico Xavier põe a mão no ombro e diz: “vamos?”.
Saldo: entre a secura ou o derrame de lágrimas da estética da dor de ambos os filmes, fico com o primeiro. Mesmo que As Cartas Psicografadas por Chico Xavier tenha me feito revirar na confortável cadeira do Theatro (com “th”) Municipal de Paulínia muitas vezes.
Nenhum comentário:
Postar um comentário