Sudoeste, de Eduardo Nunes, vencedor de Melhor Fotografia no Festival do Rio 2011
Praça Walt Disney |
Não para por aí: os longas Febre do Rato, multipremiado no Festival de Paulínia, e o inédito Rua Aperana, 52 foram selecionados para a mostra paralela Spectrum, que também contará com outro curta-metragem brasileiro, Praça Walt Disney, eleito pela Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema) como o Melhor Curta de 2011.
Na competição internacional de curtas-metragens, outro brasileiro, o paranaense Ovos de Dinossauro na Sala de Estar, que este blogueiro colocou na lista de Melhores do Ano.
Com isso, o 41º Festival de Roterdã abre espaço, na competição pelo Tiger Awards, para brasileiros nos seus primeiros (Eduardo Nunes, de Sudoeste) ou segundos longas (Kleber Mendonça Filho, de O Som ao Redor, inédito). Nas mostras paralelas, diretores mais experientes como Júlio Bressane (
Ovos de Dinossauro |
Nos curtas, Rafael Urban entra na competição e Renata Pinheiro/Sergio Oliveira na mostra paralela.
Além da produção contemporânea, o Festival de Roterdã abre espaço para um período muito particular do cinema brasileiro: os filmes da Boca do Lixo. A retrospectiva The Mouth of Garbage vai jogar luzes na produção da Boca, cujo de ponto era o centro de São Paulo. Produções baratas e rodadas rapidamente, onde se misturavam as pornochanchadas de apelo sexual ao público com outros realizadores já de estilos consolidados.
A The Mouth of Garbage, cuja curadoria é de Gabe Klinger, brasileiro, mas que saiu daqui muito cedo para morar nos Estados Unidos, vai colocar Sganzerla ao lado de Claudio Cunha, Candeias com Ody Fraga, Jairo Ferreira com Jean Garret. Uma ótima revisão, programada por um festival holandês (!) de um período que poucos aqui no Brasil decidiram olhar com atenção para separar o joio do trigo – os dossiês da Revista Zingu! são um raro esforço.
O último longa de Claudio Cunha estará em Roterdã |
O fato é que o Festival de Roterdã programou, para a edição 2012, alguns filmes muito especiais. Ovos de Dinossauro na Sala de Estar e Praça Walt Disney são dois filmes inteligentíssimos que documentam sem caretice. Sudoeste (que não me encantou na primeira exibição no Festival do Rio em outubro) é um filme com rigor formal absurdo. Febre do Rato é pura fruição, pulsão sexual e criativa.
A participação brasileira com seis filmes contemporâneos, além da retrospectiva da Boca do Lixo (não foram anunciados todos os títulos ainda), supera os números da presença tupiniquim em outros festivais internacionais, especialmente o de Cannes que, na última década, teve uma média de quatro filmes brasileiros por edição. Porém, concentrados nas mostras paralelas.
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